sábado, 23 de novembro de 2019


   Avaliando a inovação



A avaliação das inovações é de extrema importância tanto para as empresas que necessitam gerenciar e controlar a infinidade de ideias e conceitos e para a alocação eficiente de recursos e avaliação do desempenho em cada fase do processo de inovação (Evanschitzky,2012 ; Dewangan e Godse,2014). Logo, o uso de indicadores ajuda na avaliação mais clara de diferentes propostas, no andamento do projeto e podendo também chamar atenção de investidores para financiar novos empreendimentos. Para fazer a análise é necessário estar ciente de que inovação é uma nova ideia comercializada com sucesso, ou seja “invenção mais exploração” de acordo com Roberts (1998,p.13).

Os indicadores são considerados como valores medidos que fornecem informações que facilitam o entendimento (Born,1997). Para Borrás e Edquist (2013) é necessário entender a diferença entre indicador, fator e dimensão, onde dimensão é um amplo campo onde se categoriza os indicadores através de fatores, por exemplo, a dimensão mercado tem como fator a satisfação do cliente que por sua vez tem como um indicador o número de reclamações de clientes (Becheikh,2006; Fraunhofer-Institut, 2007). A pesquisa feita pelo Boston Consulting Group, 74% dos gerentes acreditavam que o rastreamento da inovação deveria ser incluído nos processos centrais de negócios, mas apenas 43% das empresas realmente mediram inovações. Além disso, 59% das empresas observaram que seu sistema de medição de desempenho de inovação não era eficaz (Dewangan e Godse,2014).

Para auxiliar nas medições um dos manuais mais conhecidos de indicadores de inovação é o “Manual de Oslo de 2005 da OCDE” que contêm diretrizes para coletar e usar informações cobre atividades de inovação, porem alguns pesquisadores afirmam que os métodos recomendados nas literaturas são muito teóricos e não são diretamente aplicáveis como citam Adams,2006 e Cruz-Cázares,2013. Medir ideias e projetos em desenvolvimento é um grande desafio, pois são incertos e podem mudar de maneiras inesperadas, além dos indicadores de inovação são necessários adicionais para medir o ambiente.

De acordo com o modelo de Becheikh,2006 usado para sintetizar os indicadores onde são classificados em dois conjuntos de dimensões principais a contextual onde se encontra a relação da empresa com o ambiente e a segunda onde específica a empresas na sua forma cultural,  estratégica e estrutural, onde por fim se relacionam em um terceiro conjunto que mostra a relação do ambiente e da estrutura da empresa com a inovação no processo como mostra a Figura 1 abaixo.

Figura 1 . Estrutura de dimensão para sintetizar os indicadores de inovação com base na estrutura de dimensão de Becheikh et al. (2006) .

           
A tabelas a seguir mostra alguns indicadores voltados para inovação entre 1980 e 2015 de acordo com a divisão feita acima por
Becheikh:








           Existem alguns métodos que podem ser usados para estudar a inovação a partir dos indicadores como mostra a Figura abaixo, onde a análise de regressão é aplicada com mais frequência em 26,5% em comparação com os outros. As outras técnicas de análise de dados para investigar a inovação são análise descritiva (21%) e análise de correlação (14%). Os métodos apresentados mostram que a análise fatorial (10%), a regressão dos mínimos quadrados ordinários (8%), o modelo de equações estruturais (6,5%) e o modelo probit (6%) são os métodos mais utilizados, porém ao analisar alguns indicadores acima podemos ver a falta de dados quantitativos dificultando o estudo.

Figura 2. Metodos usados para o estudo da invação.

Uma definição clara de indicadores e o agrupamento de inovações podem ajudar as empresas a gerenciar idéias e processos ao longo da inovação ( Kerssens-van Drongelen e Cooke, 1997 ). Apesar do alto número de indicadores e fatores conhecidos, é difícil identificar indicadores concretos para avaliar inovações. Além disso, transferir os indicadores conhecidos da teoria para a prática é problemático. Uma razão para esse problema é a falta de dados que podem ser aplicados aos indicadores. Para que o uso de indicadores funcione é necessário o seu uso desde da idealização, tentando classificar ao máximo os processos em escalas podendo gerar informações relevantes para a avaliação da inovação. 



Referência:
https://www.youtube.com/watch?v=k2iymNBSabc
Blind, Knut; Dziallas, Marisa. Innovation indicators throughout the innovation process: An extensive literature analysis. Disponivel em: <https://doi.org/10.1016/j.technovation.2018.05.005> . Acesso em: 22/11/2019

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