Enquanto para o
setor privado a inovação é um fenômeno comum, para o setor público constitui em
um grande desafio. A administração pública brasileira apresenta um paradoxo. Se
por um lado, vivemos um período de profunda crise política, econômica e moral,
por outro, é notório a necessidade da inclusão da inovação na agenda das
organizações públicas. Hoje há um consenso sobre implementação de inovação e
tecnologia nas gestões públicas para que os serviços possam chegar com equidade
e qualidade a todos os cidadãos.
As rápidas
mudanças sociais, políticas e econômicas marcam o atual cenário mundial, provocando
importantes transformações em vários âmbitos, levando os governos a enfrentar
os mais variados e complexos problemas. Assim ideias inovadoras são necessárias
para dar resposta às demandas da sociedade para a modernização da gestão
pública.
As
mudanças no setor público envolvem interesses diversos, e por vezes
divergentes, gerando resistência às inovações. Temos uma alta rotatividade de
gestores e equipe técnica. A cada mudança de gestão, tem-se um recomeço e a
maioria dos projetos são abandonados por
não se adequarem a nova política de governo. Isso causa um grande atraso nos
processos de inovação do setor público.
No setor público
não há concorrência, que é o grande motor da inovação no setor privado, a
inovação não é vista com prioridade. Tem-se uma pressão social sobre a
necessidade de modernização e melhoria dos serviços, principalmente nas áreas
de saúde educação e transporte. Mas
observamos que não existe sequer o atendimento mínimo desses anseios. Alguns
casos isolados, como a informatização da Receita Federal, INSS, programas
municipais como o da Cidade Inteligente de São Paulo aparecem como um
verdadeiro oásis no meio de tanta burocracia e atraso.
Os processos na
gestão pública estão ainda no papel, coisas que no setor privado já tem
informatizado há décadas, demora-se meses para resolver coisas básicas. Os serviços públicos ainda estão amarrados,
em protocolos, processos em papéis que além de caros são difíceis de manuseio e
consequentemente mais demorados.
Estas mudanças esbarram-se
em um ambiente extremamente complexo e burocrático que não acompanha a
velocidade da tecnologia e das necessidades da sociedade. Aliado a escassez de
recursos, restrições orçamentárias, etc. Dificilmente teremos um grande avanço
tecnológico e inovador no setor público.
Referências:
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