Hoje
em dia, as despesas com Pesquisa e Desenvolvimento consomem uma proporção
significativa nos gastos da empresa. Isso ocorre, principalmente, porque as
empresas percebem que o desenvolvimento de um novo produto pode gerar uma
competitividade significativa no mercado em relação aos seus concorrentes.

A necessidade de
liberdade científica e de atingir um retorno eficaz de investimento em P&D,
permanece sendo uma das áreas mais cruciais na gestão de pesquisa e
desenvolvimento. Apesar dos mecanismos utilizados pela P&D, entre eles
criatividade e inovação, alguns países não estão preparados financeiramente e
politicamente para utilização e adequação dessa ferramenta em processos evolutivos.
Muitos
pesquisadores consideram que a relação entre P&D e desenvolvimento
econômico está longe de ser linear. Acham que é preciso haver uma infra-estrutura
mínima para que os investimentos gerem novos conhecimentos e não se configurem
em desperdício de recursos. Segundo esses estudiosos, em regiões carentes os
investimentos não rendem os retornos esperados porque a maior parte dos
projetos carece de dimensão, o que faz com que sejam pouco competitivos. Além
disso, na falta de centros tecnológicos avançados, os cientistas tendem a
trabalhar de forma isolada, o que atrasa o progresso das pesquisas. Assim, num
ambiente menos complexo haveria grande dificuldade em transformar o progresso
tecnológico em inovação e a inovação em crescimento econômico. Seguindo essa
linha de raciocínio, seria melhor concentrar os investimentos tecnológicos em países
desenvolvidos, de forma a maximizar os retornos.
O investimento
em P&D em áreas carentes pode, portanto, ser a única solução capaz de
impedir o aumento das diferenças entre os países desenvolvidos e os demais. A
tarefa não é fácil e nem há garantia de sucesso. Contudo, essa pode ser uma
alternativa eficiente de promoção do desenvolvimento.
Segundo
a National Science Foundation, cujos dados mais recentes datam de 2015, os
Estados Unidos destinam em média 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) para
P&D, algo em torno de US$ 495,1 bilhões. Deste
total, 71,9% dos recursos para P&D nos Estados Unidos vêm da indústria,
13,1% das universidades, 11% do governo federal e
4% de organizações sem
fins lucrativos.
É
importante notar que, embora a maior parte dos investimentos em P&D seja
proveniente do setor privado, são as universidades, com recursos públicos, e os laboratórios federais que realizam Pesquisa Básica,
cujos resultados não são imediatos, são aqueles com maior potencial inovador. Ainda de acordo com a National Science Foundation, em
2015, foram aplicados US$ 83,4 bilhões em Pesquisa Básica, dos quais 49,1%
vieram das universidades, 26,1% do setor privado, 12% do Governo Federal,
12,6% de organizações
sem fins lucrativos.
A
lógica se inverte quando se trata de Pesquisa Aplicada e Desenvolvimento. Do
total de US$ 97,1 bilhões destinados para Pesquisa Aplicada, 58,1% dos recursos
originaram-se no setor privado, 18% nas universidades, 17% no Governo Federal,
e 6,3% nas organizações sem fins lucrativos. Em relação a Desenvolvimento,
foram investidos US$ 314, 5 bilhões, dos quais 88,2% provenientes do setor
privado, 8,8% do Governo Federal, 2% das universidades e 1% de organizações sem
fins lucrativos.
O Brasil
investiu 1,3% do PIB (R$ 80,5 bilhões) em P&D, dos quais 52,2% foram
recursos públicos e 47,8% privados. Para se ter a
dimensão dos efeitos dos recentes cortes de 31,4% no
orçamento geral do Ministério da Educação, de 30% nos recursos da pasta
destinados às universidades e de 41,9% no Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações (MCTI), 60% dos dispêndios do governo federal em
P&D são destinados ao Ministério da Educação (MEC) e 16,5% ao MCTI. Portanto, estes dois ministérios concentram mais de 75%
dos recursos do governo federal direcionados para P&D.
A dimensão dos cortes nessas duas pastas afetará gravemente as possibilidades
de se fazer pesquisa científica no Brasil. As universidades são outro ator
chave. Além do desenvolvimento das pesquisas
propriamente ditas, são as instituições de ensino superior que provêm
infraestrutura de pesquisa, formam recursos humanos e constituem verdadeiros
“repositórios” de pessoal qualificado. É claro que as universidades não são as
únicas responsáveis, nem são sozinhas capazes de fazer decolar o
desenvolvimento científico e tecnológico do país; mas, no caso brasileiro, o
seu sucateamento afasta qualquer possibilidade de avanço. Também diferentemente
dos Estados Unidos, não contamos com uma rede ampla de laboratórios federais
realizando pesquisas.
O
contraste com o cenário brasileiro é notável tanto do ponto de vista dos
recursos empregados, como do ambiente institucional necessário ao processo de
inovação. Nos Estados Unidos, as atividades de P&D estão atreladas a uma
ampla política, que envolve significativa coordenação e intervenção pública. O
governo estabelece os setores prioritários, concede recursos e subsídios, usa
seu poder de compra e coordena as ações dos atores envolvidos nesse processo,
como investidores,
empreendedores,
indústria, universidades, laboratórios federais, instituições de pesquisa,
entre outros.
O
Brasil investiu 1,3% do PIB (R$ 80,5 bilhões) em P&D, dos quais 52,2% foram
recursos públicos e 47,8% privados. Para se ter a dimensão dos efeitos dos
recentes cortes de 31,4% no orçamento geral do Ministério da Educação, de
30% nos recursos da pasta destinados às universidades e de 41,9% no Ministério
da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), 60% dos dispêndios do
governo federal em P&D são destinados ao Ministério da Educação (MEC) e
16,5% ao MCTI. Portanto, estes dois ministérios concentram mais de 75% dos
recursos do governo federal direcionados para P&D. A dimensão dos cortes
nessas duas pastas afetará gravemente as possibilidades de se fazer pesquisa
científica no Brasil. As universidades são outro ator chave. Além do desenvolvimento
das pesquisas propriamente ditas, são as instituições de ensino superior que
provêm infraestrutura de pesquisa, formam recursos humanos e constituem
verdadeiros “repositórios” de pessoal qualificado. É claro que as universidades
não são as únicas responsáveis, nem são sozinhas capazes de fazer decolar o
desenvolvimento científico e tecnológico do país; mas, no caso brasileiro, o
seu sucateamento afasta qualquer possibilidade de avanço. Também diferentemente
dos Estados Unidos, não contamos com uma rede ampla de laboratórios federais realizando pesquisas.
A
comparação de dois extremos, com números e contextos políticos nos mostra o
quanto países em desenvolvimento precisam investir em P&D com políticas
públicas adequadas e bem direcionadas para alcançar o desenvolvimento econômico
e social.
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