segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Pesquisa e Desenvolvimento


Hoje em dia, as despesas com Pesquisa e Desenvolvimento consomem uma proporção significativa nos gastos da empresa. Isso ocorre, principalmente, porque as empresas percebem que o desenvolvimento de um novo produto pode gerar uma competitividade significativa no mercado em relação aos seus concorrentes.
O investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) é uma das chaves para se alcançar a inovação e o desenvolvimento econômico. Com novos produtos e processos, a sociedade maximiza sua capacidade tecnológica, aumenta sua produtividade e, portanto, o crescimento econômico. Não é sem razão que os formuladores de políticas têm considerado importante estimular o investimento em P&D. Muitos países aumentaram o valor dos recursos nessa rubrica pois sabem que este é o caminho para o desenvolvimento.
A necessidade de liberdade científica e de atingir um retorno eficaz de investimento em P&D, permanece sendo uma das áreas mais cruciais na gestão de pesquisa e desenvolvimento. Apesar dos mecanismos utilizados pela P&D, entre eles criatividade e inovação, alguns países não estão preparados financeiramente e politicamente para utilização e adequação dessa ferramenta em processos evolutivos.
Muitos pesquisadores consideram que a relação entre P&D e desenvolvimento econômico está longe de ser linear. Acham que é preciso haver uma infra-estrutura mínima para que os investimentos gerem novos conhecimentos e não se configurem em desperdício de recursos. Segundo esses estudiosos, em regiões carentes os investimentos não rendem os retornos esperados porque a maior parte dos projetos carece de dimensão, o que faz com que sejam pouco competitivos. Além disso, na falta de centros tecnológicos avançados, os cientistas tendem a trabalhar de forma isolada, o que atrasa o progresso das pesquisas. Assim, num ambiente menos complexo haveria grande dificuldade em transformar o progresso tecnológico em inovação e a inovação em crescimento econômico. Seguindo essa linha de raciocínio, seria melhor concentrar os investimentos tecnológicos em países desenvolvidos, de forma a maximizar os retornos.
O investimento em P&D em áreas carentes pode, portanto, ser a única solução capaz de impedir o aumento das diferenças entre os países desenvolvidos e os demais. A tarefa não é fácil e nem há garantia de sucesso. Contudo, essa pode ser uma alternativa eficiente de promoção do desenvolvimento.
Segundo a National Science Foundation, cujos dados mais recentes datam de 2015, os Estados Unidos destinam em média 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) para P&D, algo em torno de US$ 495,1 bilhões. Deste total, 71,9% dos recursos para P&D nos Estados Unidos vêm da indústria, 13,1% das universidades, 11% do governo federal e
4% de organizações sem fins lucrativos.
É importante notar que, embora a maior parte dos investimentos em P&D seja proveniente do setor privado, são as universidades, com recursos públicos, e os laboratórios federais que realizam Pesquisa Básica, cujos resultados não são imediatos, são aqueles com maior potencial inovador. Ainda de acordo com a National Science Foundation, em 2015, foram aplicados US$ 83,4 bilhões em Pesquisa Básica, dos quais 49,1% vieram das universidades, 26,1% do setor privado, 12% do Governo Federal,
12,6% de organizações sem fins lucrativos.
A lógica se inverte quando se trata de Pesquisa Aplicada e Desenvolvimento. Do total de US$ 97,1 bilhões destinados para Pesquisa Aplicada, 58,1% dos recursos originaram-se no setor privado, 18% nas universidades, 17% no Governo Federal, e 6,3% nas organizações sem fins lucrativos. Em relação a Desenvolvimento, foram investidos US$ 314, 5 bilhões, dos quais 88,2% provenientes do setor privado, 8,8% do Governo Federal, 2% das universidades e 1% de organizações sem fins lucrativos.
  O Brasil investiu 1,3% do PIB (R$ 80,5 bilhões) em P&D, dos quais 52,2% foram recursos públicos e 47,8% privados. Para se ter a dimensão dos efeitos dos recentes cortes de 31,4% no orçamento geral do Ministério da Educação, de 30% nos recursos da pasta destinados às universidades e de 41,9% no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), 60% dos dispêndios do governo federal em P&D são destinados ao Ministério da Educação (MEC) e 16,5% ao MCTI. Portanto, estes dois ministérios concentram mais de 75% dos recursos do governo federal direcionados para P&D. A dimensão dos cortes nessas duas pastas afetará gravemente as possibilidades de se fazer pesquisa científica no Brasil. As universidades são outro ator chave. Além do desenvolvimento das pesquisas propriamente ditas, são as instituições de ensino superior que provêm infraestrutura de pesquisa, formam recursos humanos e constituem verdadeiros “repositórios” de pessoal qualificado. É claro que as universidades não são as únicas responsáveis, nem são sozinhas capazes de fazer decolar o desenvolvimento científico e tecnológico do país; mas, no caso brasileiro, o seu sucateamento afasta qualquer possibilidade de avanço. Também diferentemente dos Estados Unidos, não contamos com uma rede ampla de laboratórios federais realizando pesquisas.
O contraste com o cenário brasileiro é notável tanto do ponto de vista dos recursos empregados, como do ambiente institucional necessário ao processo de inovação. Nos Estados Unidos, as atividades de P&D estão atreladas a uma ampla política, que envolve significativa coordenação e intervenção pública. O governo estabelece os setores prioritários, concede recursos e subsídios, usa seu poder de compra e coordena as ações dos atores envolvidos nesse processo, como investidores,
empreendedores, indústria, universidades, laboratórios federais, instituições de pesquisa, entre outros.
O Brasil investiu 1,3% do PIB (R$ 80,5 bilhões) em P&D, dos quais 52,2% foram recursos públicos e 47,8% privados. Para se ter a dimensão dos efeitos dos recentes cortes de 31,4% no orçamento geral do Ministério da Educação, de 30% nos recursos da pasta destinados às universidades e de 41,9% no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), 60% dos dispêndios do governo federal em P&D são destinados ao Ministério da Educação (MEC) e 16,5% ao MCTI. Portanto, estes dois ministérios concentram mais de 75% dos recursos do governo federal direcionados para P&D. A dimensão dos cortes nessas duas pastas afetará gravemente as possibilidades de se fazer pesquisa científica no Brasil. As universidades são outro ator chave. Além do desenvolvimento das pesquisas propriamente ditas, são as instituições de ensino superior que provêm infraestrutura de pesquisa, formam recursos humanos e constituem verdadeiros “repositórios” de pessoal qualificado. É claro que as universidades não são as únicas responsáveis, nem são sozinhas capazes de fazer decolar o desenvolvimento científico e tecnológico do país; mas, no caso brasileiro, o seu sucateamento afasta qualquer possibilidade de avanço. Também diferentemente dos Estados Unidos, não contamos com uma rede ampla de laboratórios federais realizando pesquisas.
A comparação de dois extremos, com números e contextos políticos nos mostra o quanto países em desenvolvimento precisam investir em P&D com políticas públicas adequadas e bem direcionadas para alcançar o desenvolvimento econômico e social.



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